CATAPILLA foi uma banda inglesa do início dos anos 70 que trilhava um Jazz Rock experimental, na mesma linha de outros grupos da época, como AFFINITY ou CRESSIDA. A banda foi formada originalmente no oeste de Londres no Natal de 1970 pela vocalista Jo Meek, Malcolm Frith (bateria), Hugh Eaglestone (sax), Dave Taylor (baixo), Graham Wilson (guitarra), Robert Calvert (sax) e Thiery Rheinhart (instrumentos de sopro).
O estilo de Jazz-Rock experimental executado pelo CATAPILLA chamou a atenção da Orange Music, uma empresa de gerenciamento que também administrava John Miles. A Orange organizou um show para apresentar a banda para a indústria musical, e o empresário do BLACK SABBATH, Patrick Meehan, se interessou muito pelo que viu e ouviu e logo se ofereceu para produzir um álbum.
No final de 1971, foi lançado “Catapilla” (Vertigo LP 6360029), produzido por Meehan, cujas cópias em perfeito estado valem hoje cerca de £40 no mercado de colecionadores. Um detalhe interessante é que os vocais presentes no álbum não são de Jo Meek, que deixou o posto para sua irmã Anna, antes do início das gravações. A arte da capa parece simbolizar a atitude da banda e sua música — estilos tradicionais sendo substituídos por uma música comercialmente “corajosa” e nada convencional.
No que diz respeito a música, grande parte dela consiste em grooves e jams hipnóticos, com a vocalista Anna Meek permitindo aos músicos bastante espaço para improvisar entre os versos. A primeira faixa, “Naked Death”, aborda o desencanto com a sociedade e o meio ambiente em geral. Com mais de quinze minutos, a faixa apresenta alguns riffs de guitarra e solos de saxofone muito agradáveis. Algumas comparações com o estilo do CURVED AIR, (que alcançou grande sucesso comercial alguns anos depois), provavelmente irão ocorrer durante a execução da música, e isso não está de modo algum equivocado pois ambas as bandas estavam muito à frente de seu tempo.
A próxima faixa, “Tumbleweed”, com um leve tom mais Pop, tem como tema uma mulher refletindo sobre como seus filhos poderiam se tornar. Anna assume um tom maternal e melodioso entre os constantes solos de Blues. Essa é uma faixa curta porém com muita energia e potencial. “Promises” é sobre promessas quebradas e desilusão. A voz de Anna está mais raivosa e ganha rédea solta com a banda apresentando uma excelente mistura de Jazz/Funk/Soul.
O lado 2 traz “Embryonic Fusion” e seus 24 minutos. Essa peça muito bem estruturada, apresenta alguns momentos incríveis, com alguns solos de saxofone agradáveis e os vocais lamentosos de Anna, além de letras caracteristicamente dramáticas. Há muitas mudanças de andamento, desde um ritmo oscilante na abertura, pontuado por solos curtos de sax e guitarra, até uma batida de Jazz-Rock na maior parte da peça, que desacelera para um andamento mais lento, dando a Anna toda a amplitude para improvisar entre os versos. Em seguida, entramos em um ritmo mais rápido de Jazz-Rock e belos solos de saxofone pelo restante do álbum.
O vocal estridente de Anna Meek pode ser um tema polêmico para alguns ouvintes, no entanto há muita coisa boa reunida ao longo deste álbum e, embora no álbum seguinte o CATAPILLA possa oferecer um pouco mais de sutileza e variedade, este trabalho proporciona uma explosão de poder viciante e estridente por si só. No geral, é um álbum muito divertido e um exemplo interessante de experimentação do início dos anos setenta, ainda que não tenha sido completamente bem-sucedido na época.
Artista: CATAPILLA
País: Reino Unido
Gêneros: Heavy Prog, Psychedelic Rock
Álbum: Catapilla
Ano: 1971
Duração: 49:11

Catapilla – Catapilla
01. Naked Death (15:38)
02. Tumbleweed (3:54)
03. Promises (5:42)
04. Embryonic Fusion (24:08)
Músicos
– Anna Meek: vocais
– Graham Wilson: guitarra solo
– Robert Calvert: saxofones alto, tenor e soprano
– Hugh Eaglestone: saxofone tenor
– Thierry Reinhardt: flautas tenor e alto, clarinete
– Dave Taylor: baixo
– Malcolm Frith: bateria
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