50 anos de Young Americans do David Bowie | Redação Disconecta #54

Nessa edição do podcast Redação Disconecta, embarcamos em uma viagem de 50 anos pelo icônico álbum “Young Americans”, de David Bowie, lançado em 7 de março de 1975. Durante o episódio, os apresentadores Marcelo Scherer e Julio Mauro discutiram os principais tópicos que marcaram essa obra transformadora.

Marcelo Scherer ressaltou como Bowie, após passar pelas fases psicodélica e glam rock, surpreendeu o mundo ao trocar o brilho do glam pelo calor do soul. “Hoje vamos viajar 50 anos no tempo para visitar Young Americans”, enfatizou, destacando a ousada reinvenção do artista, que mergulhou de cabeça na música negra americana e autointitulou essa fase como “Plastic Soul”, embora a crítica também o tenha interpretado como “blue-eyed soul”.

Durante a conversa, foi enfatizada a importância da gravação no Sigma Sound Studios, na Filadélfia, berço do famoso Philly Sound, que ajudou a definir a sonoridade única do álbum. O apresentador evidenciou como o ambiente e os músicos da cidade, referência no universo do soul e do R&B, colaboraram para que Bowie explorasse novos territórios musicais, ampliando ainda mais seu legado.

Os argumentos se aprofundaram nas colaborações que enriqueceram “Young Americans”. Foi destacada a participação do então desconhecido Luther Vandross, que emprestou sua voz nos backing vocals e nos arranjos, e a contribuição especial de John Lennon, presente em faixas como “Fame” e “Across the Universe”. Marcelo Scherer e Julio Mauro debateram como essas parcerias agregaram valor ao disco e abriram novas possibilidades para o artista, sinalizando a direção que sua carreira tomaria nos anos seguintes.

O episódio também abordou a recepção mista do álbum, ressaltando que, embora “Young Americans” tenha dividido opiniões e alienado parte dos fãs do glam rock, seu sucesso – evidenciado pelo feito de “Fame” se tornar o primeiro número um de Bowie nos Estados Unidos – foi decisivo para reconfigurar sua trajetória e conquistar um novo público. Segundo os apresentadores, essa mudança de estilo antecipou a sonoridade que o artista viria a explorar em fases posteriores, como a de Berlim.

Em um tom descontraído, os apresentadores revelaram curiosidades dos bastidores, relatando um ambiente de gravação intenso, onde o uso de substâncias e a busca incessante pela perfeição vocal faziam parte do processo criativo. Também foram mencionadas as faixas que inicialmente foram descartadas e a surpreendente versão de “Across the Universe”, sugerida por John Lennon, que dividiu opiniões entre os participantes.

Ao concluir a edição, os apresentadores concordaram que “Young Americans” é mais do que um álbum; é um marco que simboliza a constante reinvenção e ousadia de David Bowie. Com os argumentos de Marcelo Scherer e Julio Mauro, ficou claro como essa obra se tornou um divisor de águas na história da música pop e soul, convidando os ouvintes a revisitar esse momento único com novos olhos e a celebrar a genialidade do artista que sempre ousou transformar seu som e seu legado.

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